Tenho certeza que você já ouviu que a liderança é uma característica de nascença. Porém a experiência me mostrou que a maioria dos líderes adquire essa competência de forma empírica, isto é, por meio de muita tentativa e erro.

Contudo, existem algumas práticas que podem lhe ajudar a ser mais assertivo na jornada para se tornar um bom líder. São práticas que se incorporadas às suas ações cotidianas tem o poder de construir, moldar e consolidar a personalidade de um líder.

Veja nesse artigo:

O que é liderança?

A palavra liderança remete a algo ou alguém que vem ocupando o primeiro lugar em um grupo, seja um grupo de amigos (informal), ou em uma empresa (formal).

O indício de surgimento de um líder é que a pessoa se destaca de forma natural e gradativa, recebendo o reconhecimento dos que estão à sua volta.

O líder deve ter a capacidade de exercer diferentes papéis a depender da ocasião. Em alguns momentos, por exemplo, precisará fazer uso de sua autoridade, já em outros, vai precisar ser um bom ouvinte ou talvez agir como um porta-voz de sua equipe.

Características como essas devem ser comuns a todos que esperam se tornar bons líderes, porém, também é comum que uma característica predomine sobre as demais.

Colocamos abaixo o que acontece quando essa predominância é exagerada:

Papel de autoridade

O líder utiliza de seu reconhecimento e influência conquistada para propor ações, mudanças, direções, etc.

O perfil do “chefe tradicional” usa o poder e a hegemonia que o reconhecimento oferece para impor as mesmas ações. Funciona, mas sem durabilidade, pois esse tipo de ação sempre é contestada.

Estes perfis permearam grandes nomes da história do mundo durante séculos, e na maioria das vezes trazendo guerras e destruições (grandes e pequenas).

Papel de coordenador

Aqui temos um líder com características super otimizadas operacionalmente.

Na maioria das equipes de vendas, o coordenador é o recordista de vendas. Ele sempre é o responsável em passar boas práticas, pegar na mão dos coordenados e ensinar a pescaria.

É muito importante essa diferenciação pois o perfil coordenador na maioria das vezes gosta da ação, e é bem complicado levá-lo à outras funções gerenciais onde a ação é bem menos tangível do que o desejado.

Papel político

A voz do líder é a voz da equipe. Nesse papel o líder possui a atribuição de porta-voz, ou seja, ele possui total responsabilidade sobre as ações do grupo e os representa oficialmente.

Os liderados veem no líder um solucionador de conflitos internos e externos.

A base de uma boa liderança é o equilíbrio entre todos eles e esse ponto de equilíbrio depende:

  • Da maturidade da equipe;
  • Da sua personalidade;
  • E da sua habilidade em cada um dos papéis.

Entretanto, existem diversas características que são transversais e promovem o desenvolvimento geral do líder.

Vamos falar um pouco mais sobre elas, demonstrando exemplos práticos:

Autoridade e Integridade: cumpra suas promessas

Nunca faça promessas que você sabe que não pode cumprir.

Nada acaba mais rápido com sua credibilidade do que uma promessa não cumprida ou uma expectativa frustrada.

Esse tipo de atitude fragiliza a autoridade do líder e sua influência sobre os liderados.

Às vezes, manter uma promessa pode ser desafiador, até mesmo doloroso. Esse compromisso irá desenvolver sua disciplina e integridade.

Pratique cumprindo as promessas que você faz a si mesmo, como:

  • O início de uma dieta;
  • A prática de exercícios físicos;
  • A leitura de determinado livro;
  • O início de um projeto.

Influência e Relacionamento: trate seus liderados da mesma forma que espera que eles tratem os clientes

Pedir a seus funcionários que sejam cordiais com os clientes, mas ser um babaca com eles, é algo totalmente incompatível e hipócrita.

Ser um líder não te dá o direito de saciar seus instintos ruins. O modo como você trata as pessoas é um medidor utilizado por todos de sua equipe.

Lembre-se que ser líder é ser exemplo então seja um exemplo em seus relacionamentos.

Robert Greenleaf criou o termo “servant leadership” (“liderança servidora”) nos anos 60.

E não se trata de servir, mas de achar meios de ajudar seus funcionários na conquista do sucesso. Periodicamente pergunte: “O que eu posso fazer para ajudar?”.

Relacionamento e Comunicação: mostre seu compromisso com o crescimento pessoal

Uma das maneiras para fazer um negócio crescer é melhorar você e sua equipe. Quando isso acontece, há uma melhora geral no nível de serviço, na eficiência operacional e em todas as outras áreas da empresa.

Mas para isso é necessário que o líder esteja presente na rotina da sua equipe, promova a integração dos funcionários e a sinergia entre eles.

A Suncoast Coffe Service and Vending é uma pequena companhia de 20 funcionários localizada em Tampa, no estado da Flórida. Os fundadores pagam os funcionários para lerem livros que beneficiam tanto seus aspectos pessoais quanto profissionais.

Durante o programa de leitura da companhia, chamado de “Fazendo Pessoas Melhores”, livros são distribuídos aos funcionários com uma data para leitura. Eles têm aproximadamente um mês para concluir os livros, e recebem cinquenta dólares por isso.

No fim do mês os funcionários se reúnem para discutir sobre o livro.

Aprendizado: peça feedbacks

Alguns líderes reagem mal a feedbacks espontâneos, e perdem a oportunidade de aprenderem e melhorarem. Contudo, esperar que seus funcionários tenham a coragem para lhes oferecer feedback é uma proposta arriscada.

Não pergunte o que eles gostam ou não gostam em você. O fato de o liderado ter a liberdade em te sugerir melhorias e ajudar no seu crescimento já te coloca num patamar de líder que confiavél e que lidera através do exemplo.

Você obterá uma informação melhor se perguntar:

“O que você acha que eu devo fazer para me tornar um líder melhor?”.

Se alguém disser que você deve se comunicar mais claramente, peça para que te mostre um exemplo onde você não foi claro o bastante. Através do exemplo você identificará seus erros mais facilmente!